Processo de nomeação na Língua Brasileira de Sinais
catalogação de nomes próprios e produtividade metonímica
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar o processo de nomeação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Num primeiro momento, foram feitos estudos teóricos sobre nome próprio na gramática normativa e descritiva do português e também na Libras. Em seguida, fez-se o levantamento de vídeos, na plataforma Youtube, em canais com conteúdos dedicados à Libras, que apresentam dados de nomes próprios atribuídos por surdos. Após o levantamento dos dados, foi feita a catalogação de 100 nomes próprios e a análise desse corpus. Os resultados mostraram que grande parte dos nomes próprios em Libras atribuídos por surdos é icônica e metonímica. Icônica no sentido de que há uma semelhança entre a forma e a função; e metonímica no sentido de que o sinal próprio representa uma relação parte-todo. Além disso, com base nos dados analisados, descobriu-se quatro tipos de sinais próprios na Libras: 1) primeira letra do nome; 2) primeira letra do nome/sobrenome mais sinal característico; 3) sinal característico mais a inicial do nome; 4) atribuição de sinal característico. Trabalhos dessa natureza contribuem tanto para a descrição linguística da Libras como para a abordagem de aspectos sociais e culturais agregados à estrutura linguística.