DIREITO À LITERATURA EM TEMPOS DE ENSINO REMOTO EMERGENCIAL: DOS PRIMEIROS USOS DA TECNOLOGIA EM SALA ATÉ O ENSINO LITERÁRIO DURANTE A PANDEMIA

Autores

  • Ana Clara Velloso Borges Pereira

Resumo

A Literatura é solidamente reconhecida como agente transformador das civilizações. Na contemporaneidade brasileira, leitura e escrita têm sido acolhidas também como um Direito, conforme a Lei n. 13.696/2018. Entretanto, durante a pandemia do Covid-19, muitas prerrogativas foram ameaçadas. Por isso, o presente estudo tem como objetivo analisar como o Direito à Literatura tem sido assegurado para alunos de Ensino Fundamental, no mês de abril de 2020, quando vigorava o ensino remoto emergencial. Além disso, busca compreender os usos da tecnologia em sala de aula e sua aplicação para a escolarização de textos literários durante a pandemia. Logo, são utilizados como principais aportes teóricos Candido (2011), para conceituar a Literatura como Direito, além da legislação brasileira pertinente ao tema; Bruzzi (2016), para compor um panorama histórico da tecnologia na educação; e Cosson (2009), para demonstrar a importância da presença do professor como mediador dos textos literários. Desse modo, a metodologia tem início em uma revisão de literatura. Na última seção do artigo, são analisados planos de aula de Literatura para o Ensino Fundamental, cedidos por uma professora da rede pública de ensino e outra da rede privada, configurando uma pesquisa qualitativa. Entrevistas com essas professoras também contaram como instrumento de coleta de dados. Assim, foi possível compreender que as plataformas digitais são ferramentas de extrema utilidade como tentativa de manutenção do ano letivo, mas encontram empecilhos em sua execução. Dentre eles, destacam-se a falta de recursos para gravar aulas que uma das escolas possui e as dificuldades que ambas compartilham para corrigir dever de casa.

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COVID-19: uma pandemia sob o olhar das ciências da linguagem