OBRA-PINA

Autores

  • Ane Ribeiro Patti

Resumo

Este artigo pretende refletir sobre alguns pontos do filme “Pina”, com apoio teórico-metodológico da Análise do Discurso, privilegiando sua faceta de interlocução com a Psicanálise freudiana e lacaniana.
Na obra-prima Pina, ou melhor, brincando com as palavras, na obra-pina, entramos em contato com fragmentos da produção da coreógrafa alemã Philippina Bausch, mais conhecida como Pina Bausch (1940-2009), de uma forma impactante. A primeira impressão ao assistir ao filme (lançado oficialmente em 2011, chegou ao Brasil em março de 2012), que é uma espécie de documentário em homenagem a artista, é de que o enigma se coloca a cada movimento dos bailarinos, a cada ato, e que, qualquer palavra que tente interpretar, descrever, falar sobre sua arte, seria (como) um assassinato, um crime, uma injustiça. Faltaram me palavras, e fôlego. Com efeito, essa primeira impressão de não-se-poder-dizer sobre Pina, é também uma forma de se deixar tomar por uma espécie de sentimento oceânico, comentado por Freud ([1930] 1996), uma forma de deixar advir algo tão polissêmico que na verdade causa uma avalanche de sensações, sentimentos, (im)pressões (ROMÃO; GALLI; PATTI, 2010), e, por fim, palavras para tentar dar conta de contornar isso.

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