“FALAMOS À MODA DE BRASILINA, MAS ESCREVEMOS À MODA DE DONA MANUELA”

Autores

  • Sheila Cristiane de Carvalho
  • Maria Inêx Pagliarini Cox

Resumo

Este estudo tem por tema o discurso de Monteiro Lobato acerca da língua do
Brasil no alvorecer do século XX. Os gestos de definição de uma identidade nacional, que, entre outros aspectos, realçaram a questão linguística, começaram a ser esboçados no século XIX, com a Independência política do Brasil, em 1822. Os primeiros tempos da polêmica em torno da língua brasileira foram urdidos principalmente por escritores românticos que reivindicavam a emancipação da literatura feita no país em relação aos modelos portugueses e europeus de um modo geral. Não bastava nacionalizar os temas tratados pela literatura brasileira em processo de constituição; era preciso nacionalizar também a língua do fazer literário. Obviamente, a campanha romântica pela nacionalização da literatura, que alojava, em seu centro, a bandeira da nacionalização da língua, não se fez sem a resistência dos conservadores. Se, por um lado, o Brasil se emancipava, levantava a cabeça e dizia seu próprio nome, por outro, Portugal rangia na defesa de sua mais vultosa colônia linguística.

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