DUAS NARRATIVAS, ALGUMAS POESIAS E DIVERSAS LEITURAS: UM ESTUDO COMPARATIVO DA METÁFORA COMO MEDIADORA NA CONSTRUÇÃO DO LEITOR NAS OBRAS CIGANOS E PEDRO, DE BARTOLOMEU CAMPOS QUEIRÓS

Autores

  • Alina a Georgia Carvalho Cerqueira
  • Vânia Lúcia Menezes Torga

Resumo

A literatura preconiza uma linguagem que se apropria de conteúdo ideológico ou vivencial. Assim, pode despertar no leitor aspectos concernentes à vida, ao contexto sócio-cultural. Não há, pois, como desconsiderar dos estudos linguísticos a linguagem que mais representa o homem. Este, em seu dizer elementar, se expressa, fundamentalmente, por metáforas. Diante dos avanços nos estudos da linguagem, e do direcionamento das pesquisas quanto ao imaginário na constituição linguística, torna-se evidente a necessidade de investigar a leitura literária, inclusive aquela que é denominada infanto-juvenil. Esta compreende um recurso de comunicação formador, pois projeta o leitor para a compreensão e produção de si mesmo e do real. Nesse sentido, destaca-se a prosa poética de Bartolomeu Campos Queirós, em especial Ciganos e Pedro, e a leitura com a alusão, mediadora da atividade dialógica. Nos trabalhos desse escritor mineiro, como Ciganos e Pedro, predominam as narrativas conhecidas como prosa poética. Assim, Queirós utiliza tais recursos, onde predomina, sobretudo, o jogo metafórico, isto é, o recurso estilístico que visa a comunicação em sua função sugestiva. Não obstante, Bartolomeu Campos Queirós recorre à linguagem da prosa poética para expressar emoções que permeiam o universo infantil, a fim de despertar no leitor o interesse pela leitura, e, então, permitir que ele a signifique, perceba e transforme o real. A partir dessa constatação suscita-se a seguinte indagação: qual a função da metáfora, enquanto categoria que constitui o jogo alusivo, na construção do leitor a partir de Ciganos e Pedro?

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